Até pouco
mais da metade do século XX, o parque salineiro de Araruama dominou a produção
econômica regional, cujos reflexos urbanos foram a instalação do aparelhado
Hospital Santa Izabel e a atração da iniciativa privada para a exploração do
sistema de energia elétrica na cidade. No entanto, a atividade pesqueira trazia
novos investimentos à região, em especial depois da introdução das traineiras
na captura de pescado em alto-mar.
Um
transporte eficiente fez-se necessário para fazer escoar a produção da região
até a capital da República e outros importantes centros do país. Assim, foi
construída a ferrovia Niterói-Cabo Frio, foram feitas melhorias no porto do
Arraial do Cabo e,posteriormente, foi inaugurada a Rodovia Amaral Peixoto,
contribuindo também para o aumento da produção de sal.
O auge do
desenvolvimento ocorreu na década de 60, com a instalação de duas grandes
usinas de beneficiamento de sal em Cabo Frio, e com a construção do complexo
industrial da Cia. Nacional de Álcalis, no Arraial do Cabo, que abriu salinas e
passou a extrair conchas na lagoa para a produções de barrilhas.
A crescente
industrialização do município atraiu numerosos trabalhadores de outras regiões
do Brasil. No início da década de 40, o Canal do Itajurú já havia sido dragado
e retificado para facilitar a navegação. A margem próxima à barra estava
ocupada por instalações portuárias, entrepostos pesqueiros, armazéns de sal,
fábrica de cal e estaleiros. Mas uma nova atividade econômica começava na
região. Um clima excepcional, uma natureza extremamente atrativa e diversas
transformações sócio-culturais estimulavam o lazer semanal e o turismo das
"praias de banho" em meados da década de 40.
No começo, a
região foi ponto de atração de ricos aventureiros da Cidade do Rio de Janeiro,
de encontro social de poucos privilegiados e de praticantes de esportes
náuticos. Mas, com o passar do tempo, passou a se constituir em local de
atração turística para cariocas, mineiros e paulistas, de instalação de casas
de praia, de clubes náuticos, de diversões noturnas, de hotéis e restaurantes e
de serviços comerciais e de abastecimento.
A
inauguração da Ponte Rio-Niterói, em 1973, deu início à fase atual de turismo
de massa. Na década de 80, a descoberta e a exploração de petróleo na chamada
Bacia de Campos abriu nova frente de desenvolvimento regional. Os poços
extremamente produtivos, que se localizam em frente ao litoral cabofriense, são
responsáveis pelo pagamento de substanciais recursos de "royalties"
aos cofres dos Municípios.
No entanto,
o parque salineiro dá sinais de exaustão, ocasionada pela concorrência do
produto nordestino e pela especulação imobiliária às margens da Lagoa de
Araruama. Também a pesca está sobrecarregada pelo esforço excessivo de captura
e pela diminuição da qualidade ambiental marinha.
Cidades
No total, a Região dos Lagos é formada
por sete municípios que compreendem mais de 100 quilômetros de litoral: Araruama, Armação
dos Búzios, Arraial do Cabo, Cabo Frio, Iguaba Grande, São
Pedro da Aldeia e Saquarema. Todas elas são marcadas por inúmeras
lagoas e praias, desde as de mar aberto até aquelas de enseada, com águas
calmas, favoráveis para o mergulho. Dentre os municípios citados, os principais
são Araruama e Cabo Frio, que são os maiores em questões econômicas,
territoriais e turísticas (nesse quesito podem-se incluir também Arraial do
cabo e Búzios).
Município
|
Área
(km²)
|
População
em 2010
|
PIB
(R$ 1.000,00) em 2008
|
PIB
per capita em 2008
|
Araruama
|
633,795
|
112.028
|
985.832
mil
|
9.188,91
|
Armação dos Búzios
|
69,287
|
27.538
|
1.471.344
mil
|
53.115,19
|
Arraial do Cabo
|
152,305
|
27.770
|
328.840
mil
|
12.345,71
|
Cabo Frio
|
400,693
|
186.222
|
6.579.881
mil
|
36.426,39
|
Iguaba Grande
|
53,601
|
22.858
|
178.111
mil
|
8.023,40
|
São Pedro da Aldeia
|
339,647
|
88.013
|
667.164
mil
|
8.042,87
|
Saquarema
|
354,675
|
74.221
|
724.588
mil
|
10.678,78
|