Ao chegarmos, um último desafio nos
esperava: uma escalada. Apesar da força das ondas e da superfície escorregadia,
conseguimos nos manter vivos e chegar ao topo. O vento batia tão forte que em
alguns momentos os pés vacilavam.
Em compensação, a paisagem nos
deslumbrava. Impressionados pela imensidão do mar e pela força das águas,
sentamos nas rochas e observamos, além da vista.
Não mais víamos a água, fazíamos agora
uma viagem dentro de nós mesmos. Percebemos, então, quantas oportunidades se
abrem a nossa frente e nos chocamos com a conclusão de que foi necessário
viajar até Búzios para deduzir isso.
Enquanto alguns se ocupam com a análise
minuciosa das ondas, outros ficam hipnotizados pelas rochas. Animais escondidos
por entre as pedras, pensamentos voando por entre as pessoas.
E o mais difícil de toda a experiência
é transmiti-la para o papel. Impossível descrever as emoções que sentimos lá. É
necessário que se viva, para que se conheça.
Deixamos o lugar já no final da tarde,
com os bolsos pesados de conchas e os corações leves de paz.